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Presidente da FAMUP alerta sobre escassez de recursos para saúde de cidades paraibanas

Presidente da FAMUP alerta sobre escassez de recursos para saúde de cidades paraibanas

Com informações do Blog do Márcio Rangel

A recente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que autorizou o uso de recursos de Emendas de Bancada para o pagamento de pessoal, foi recebida como um alívio temporário por muitos municípios brasileiros. Mas, para a Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), a medida não resolve o problema estrutural que sufoca as prefeituras, que é o aumento constante dos gastos com saúde sem o devido reajuste dos repasses federais.

O presidente da entidade, George Coelho, chamou a atenção para a importância das emendas parlamentares no custeio da saúde municipal e para o impacto que as mudanças recentes, determinadas pelo Congresso e pelo STF, tiveram nas contas das prefeituras.

“70% das emendas de deputados e senadores são relativas ao custeio da saúde. Isso é histórico e notório. No ano passado, os municípios tiveram mais recursos e conseguiram fechar suas contas. Este ano, estamos enfrentando um problema muito grave. Essas emendas, tanto ela impositiva, como emenda de comissão e de bancada, tiveram mudanças significativas no uso e no custeio. Muitos municípios tiveram que fazer um plano de trabalho referente ao que o STF, junto com o Congresso, tinham colocado, e isso veio a dificultar o custeio dos municípios”, lamentou.

Coelho traçou um panorama preocupante sobre a situação financeira das cidades paraibanas. Segundo a Federação, 90% desses municípios estão enfrentando dificuldades para manter o funcionamento da rede pública de saúde, porque mesmo que a obrigatoriedade constitucional seja aplicar 15% da receita em saúde, com a defasagem dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), que há duas decadas não são reajustados, a realidade é muito diferente.

“Os municípios têm que cumprir com 15% na aplicabilidade de saúde, mas chegam a cumprir até mais. Tem municípios que estão gastando 30%, 35% com saúde, de recurso próprio. Temos aí duas décadas que o SUS não é reajustado”, afirmou.

Coelho ressalta que a situação exige soluções estruturais e permanentes e defende que o Governo Federal adote medidas concretas para reequilibrar o sistema.

“Esperamos que haja uma melhora tanto na liberação desse recurso via emenda, como também que o Governo Federal faça com que tenha esse reajuste, tanto no SUS, como nos programas federais, como o PSF (Programa Saúde da Família) e os postos de saúde. É preciso que a saúde tenha dinheiro a contento e que os gestores possam trabalhar com mais tranquilidade”, concluiu.